Aos que
hoje enfrentam a dura batalha da desilusão amorosa, daquela paixão foiçada pelo
meio sem dar sinal de chegada e nem de saída. A dor que não se cura com remédio
e que as memórias insistem em nos perfurar com lanças de saudade. É o medo dos
dias desconhecidos que estão por vir. Medo da ausência e a aproximação da
carência.
A carência é um estado de baixa imunidade. Somos facilmente contagiados
por qualquer demonstração de carinho. A solidão se torna um paciente em fase
terminal. O amor é um viral.
Normalmente engolimos o comprimido amargo do equívoco. Um conta-gotas do tempo que desce azedo pela garganta e nos faz delirar pela sala de espera de um novo amor.
Então vem a busca pela ocupação do leito vazio que foi deixado por outro
paciente. Miramos em um novo relacionamento, o que não é a melhor receita.
Entrar em outro para esquecer o anterior é tentar transferir sentimentos.
O chamado “Amor industrializado”, esses que pegamos quase pronto. Sempre
tem prazo de validade. Cada pessoa tem seu próprio espaço, como um recipiente,
onde cada um tem sua dose de sentimento para dar e receber. É brincar com o
sentimento alheio. Tamanha irresponsabilidade.
É um impulso para querer se livrar
de uma dor e que normalmente a usamos como instrumento para medir o tamanho do nosso
sentimento. Não se mede o amor pelo tamanho do seu sofrimento.
Repouse, pois o amor também recebeu
alta.
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