quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Procura-se a verdade


Sinto a solidão pulsar de leve sobre meus olhos e dar início a uma nova fase. A fase do conhecer. Aquela de muitas carícias, muitos sorrisos, elogios, abraços apertados e mensagens de bom dia, boa tarde, boa noite e bom saber que você está gostando de mim. Pois é. 

Para muitos é a melhor fase, mas para mim é a mais torturante. Desconfiado, cravado com um pé atrás, usando sempre a primeira marcha, assim vamos nos aventurando na deliciosa e perigosa trilha do “ficar”, “rolo" ou “nos conhecendo”. 

É a fase que normalmente as pessoas não procuram os defeitos, apenas querem se enquadrar com as qualidades. Ter sempre o argumento que está sendo “diferente”.  Dizer que é o abraço mais sincero, o beijo mais quente, o carinho mais suave, o olhar mais atencioso, o papo mais cabeça e as risadas mais prazerosas. 

Digo que é perigosa exatamente por isso. A fase de que acreditamos ser tudo perfeito. Ao contrário de como gira essa roda, olho diferente. Procuro os defeitos, as inquietações, o desconforto, mas também procuro – a minha maneira – todas as qualidades citadas anteriormente.

Porém, existem pessoas que se apegam em coincidências para justificar que podem dar certo uma com a outra, quem sabe o amor. Gosto de gente com defeito de fábrica, que não esconde suas imperfeições, que não oculta seus problemas e suas fraquezas para que a outra pessoa não desista logo no início.

Gente que se entrega sem medo de ser desbravada, entendida e compreendida. Gente que transpira a verdade. Nada mais que a verdade.