sábado, 25 de fevereiro de 2012

Um pouco mais de você

Hoje, só por hoje vou sentir vontade de te abraçar e confortar seu coração.

Só por hoje direi que o meu lugar será sempre ao seu lado.

Só por hoje não vou me importar de ser apenas ouvidos, de te escutar atentamente.

Só por hoje faria tudo isso e o que mais você quiser só para te ver sorrir novamente.

Mas sei que passa, hoje, talvez amanhã, o que sentimos sempre passa.

Quando começar uma nova semana a certeza virá e tudo passará.

Então não precisarei te procurar só por hoje. Não quero te fazer sorrir apenas hoje.

A segunda-feira é como uma segunda chance. Deixamos tudo para a segunda: - vou começar na segunda-feira. Não é assim que dizemos?

É como uma segunda chance para nós mesmos, às vezes sem passar pela primeira.

Vou deixar que a segunda-feira mostre o que eu já vinha dizendo, o que venho acreditando.

Não quero te dizer o que realmente sinto. Não quero lembrar que ainda gosto de você.

Vou ouvir a nossa música até enjoar, para que não me recorde mais de como ela me deixa em sintonia com você quando não está por perto.

Irei ler seus textos até acreditar que eles não são para mim. Até não achar identificação com nenhuma palavra. Até esquecer o quão suave são essas mãos que escrevem o que sente.

Ficarei por horas, dias e semanas olhando suas fotos até não conseguir mais ver o brilho em seus olhos que em mim ainda reflete. Passarei o mouse pelo seu rosto, tocarei em sua boca pela tela do computador se for preciso só para esquecer o seu cheiro e do gosto do seu beijo.

Gravarei sua voz quando estiver distraída para ouvi-la sempre que puder e não lembrar mais das palavras que me falou.

Passarei de propósito ao seu lado quantas vezes for necessário só para não notar mais sua presença. 

Vou te consumir até me entorpecer. Deixarei que entre em meu organismo como um vírus até eu criar anticorpos e não mais me preocupar com sua chegada inesperada.

Irei te querer até não saber mais de você.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O que não vale um Oscar



Não foram minhas palavras, tampouco minhas atitudes. Já existia uma pré-disposição para cancelar a próxima sessão, mas quem já assistiu várias outras da primeira poltrona sempre tem uma visão privilegiada das coisas.

Estou sempre observando. Quando estou calado, é porque examino friamente o que está ao meu redor. Ouço cada palavra dita, meço cada gesto, acompanho cada olhar, só não consigo ouvir pensamentos. Sou ator e expectador. Analisar e tentar decifrar pessoas são o meu passatempo. Guardo sempre comigo os resultados.

Sempre tem os escolhidos para papel principal e de coadjuvante. Às vezes paira a dúvida. Indecisão gera insegurança, causa desconforto e em muitos casos quebra a confiança. Não entro em briga por um lugar na cena principal. Não luto para ser premiado com um Oscar. É contra as regras, minhas no caso.

Na verdade isso não é um filme, onde a cena pode ser gravada quantas vezes forem necessárias até que os atores acertem suas falas ou que o roteiro seja seguido religiosamente. Não dependo de uma claquete para dar início ou finalizar o que pretendo dizer.

Todos somos atores principais de nossas vidas, nunca aceitaremos ser o coadjuvante. Temos um roteiro pronto, por isso a dificuldade com as adaptações. O filme pode virar uma série com vários capítulos, mas nunca chegará a ser uma trilogia.

Quando a cena começa errada, a probabilidade de acabar certa é mínima. Foi assim. Não tenho tempo para um ensaio, tampouco uma recapitulação. Saiu um monólogo de onde era para se ver um diálogo. Veja o trailer e escolha o que mais combina com você.

O que se viu foi mais um curta-metragem em minha vida.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O amor não vem pronto



Quem sabe seja apenas alguém querendo conhecer o poder de um grande amor. E quem não quer? Procura e entende que isso, na altura da sua vida, fará grande diferença. Certamente fará!

Quem sabe encontrou um possível futuro grande amor, mas não sabe ou lhe falta maturidade para compreendê-lo, para senti-lo ou apenas falta a vontade de entrar de cabeça e que o amor deixe fazer sua parte.


Chegou muito perto e viu o quanto é perigoso ter um grande amor e ser correspondido. Para viver o grande amor é preciso paciência, é preciso acreditar que pode ser tornar cada vez maior. 

Às vezes esperamos tanto por esse dia e quando chega não sabemos o que fazer. O ser humano teme o desconhecido.

Entenda que o amor não vem pronto. É uma pedra preciosa extraída de uma rocha que precisa ser lapidada e polida para vermos o seu brilho. Todo mundo quer amar, mas nem todos querem se envolver. Todos querem viver a felicidade do amor, mas nem todos querem passar pelos momentos difíceis, onde é preciso que os dois dêem as mãos e pulem juntos por todos os obstáculos.

Quero envelhecer amando como se tivesse 18 anos, andar de mãos dadas, porque esse é o gesto de que estamos lado a lado. Não aqueles casais de idosos, onde o marido anda na frente de sua esposa e de minuto a minuto olha para trás e pede a sua senhora de cabelos grisalhos que apresse o passo. Parece que apenas um deles abriu o caminho para o amor durante toda a vida e o outro apenas acompanhou conformado.


Juntos é que se constroem o amor verdadeiro, mas quando apenas um dos dois abre o caminho, a visão é estreita. Desbravado pelos dois a visão da vida é mais ampla e é possível enxergar melhor a felicidade que vem pela frente, inclusive os problemas. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O doce improvável

O teimoso que ama teimar e que não suporta se sentir contrariado. Mesmo quando a razão não está do seu lado ele teima.

Teimei que meu coração já estava deteriorado, adoecido, impróprio para o uso, um arquivo morto. Que era de minha propriedade e que, mesmo desocupado, faço o que bem entender dele.

Isso depois de tantos problemas nos relacionamentos, onde todos não deram certo. Mas mesmo assim, uma coisa eu não havia perdido: o doce prazer da conquista.

Isso me fascina, me faz sentir que tenho poderes? Talvez. É muito bom fazer alguém aprender a gostar de você e depois aprender construir o amor juntos. Foi assim. Fiz planos, tive sonhos, mas sempre com um prazo de validade muito curto. Perdia o foco facilmente.

Mas ainda não tinha sentido na pele o efeito contrário. Não mesmo e isso eu posso afirmar com toda convicção. Não conhecia a teima feminina, a insistência, a perseverança ou, na pior das hipóteses, provar do próprio veneno.

O improvável me fez conhecer seu sabor antes mesmo de senti-lo. Doce, gentil e afetuoso. O improvável me faz ser o que nunca fui: Conquistado.

O improvável me faz pensar, sorrir (ainda mais), perder o sono literalmente. O doce improvável me faz paciente, sonhador (acordado), me coloca no foco.  

Parece até que tinha data e hora para acontecer. Era previsível, mas sempre fiz questão de teimar ao contrário.

Parei de teimar porque não suporto ser contrariado.