segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O amor é sempre bem vindo

Quanto tempo que não o vejo. Olha lá, vem devagar, mas já consigo avistar. Caminha lentamente como um pai pescador cansado depois de meses de trabalho no mar. Mas não vem exausto, vem ansioso para encontrar o aconchego do lar, da esposa e dos filhos. Um pedido de carinho está descrito em seus olhos. É muito tempo sem sentir um abraço, o afago e o coração pulsar.

E para quem espera é assim mesmo, vem de repente, sem avisar. Quando menos se espera, por um olhar despretensioso pela janela, lá está ele, vindo ao nosso encontro. Somos escolhidos assim, num estalar de dedos, num piscar de olhos, num relâmpago cortando o céu em dia chuvoso, no encontro de uma gota d’água com a imensidão de um oceano. O amor nos toma de assalto.

A espera muitas vezes é cansativa, por outras não fazemos questão do tempo que dura por medo ou receio. Mas chega uma hora que o convite é tentador, necessário o aceite, a causa deve ser abraçada, a oportunidade agarrada com unhas e dentes. Talvez não seja a última, mas a circunstância te convoca, te escolhe, segura em suas mãos e te passa confiança, proteção. A hora chegou!

Vamos lá, seja bem vindo. Não sei o quanto espero, o quanto desejava; muito ou pouco, realmente não faz a menor diferença. Faça o favor de ficar o tempo que achar necessário, sinta-se em casa. Já não tenho mais medo ou receio de sua presença. Fique enquanto se sentir bem, enquanto se sentir acolhido. Seja bem vindo, ó sentimento que une, que coloca sorriso no rosto, o brilho nos olhos e faz o coração pulsar mais forte.

Será sempre bem vindo, ó doce amor.