domingo, 28 de abril de 2013

Aos mundos iguais


Está aberta a temporada de fugas e desculpas. Chega do mesmo e o oposto imperando em nossas vidas. Vamos atrás do similar, parecido, análogo ou quem sabe o tão abençoado algo em comum. Vamos aplicar um filtro para nossas escolhas.

É um espaço dado inconscientemente. Uma pequena brecha ao convidativo que a carência e a solidão entram em estado de libertação. Provocamos o hasteamento da bandeira branca para decretar nossa paz interior.

Não olhamos além. É a irracionalidade que nos entorpece, tira o foco, altera a rota, se intromete no destino. É a atração que nos invade sem pedir licença. Hipnotiza.

O argumento são sempre os mesmos: afinidade, beleza física, bom papo, senso de humor, entre outras. Mas entre as citadas, a primeira talvez seja a mais importante, pelo menos a médio e longo prazo. Afinidade é o carro chefe, seja em um caminho plano, estreito, sinuoso, é o que dita o ritmo.

É sensacional quando contamos histórias e de repente ouvimos um “eu também”, mas quando somos nós que estamos ouvindo e os olhos brilham na identificação com o que foi contado, é de peito estufado que dizemos “nossa, que irado. Eu também”. Faz-nos ir além da imaginação. Vicia, aglutina, é quase uma viajem transcendental para um futuro a dois. É como acertar - de primeira - a chave da porta no meio entre tantas no molho.

Toda mudança gera um desconforto, por isso queremos mundos parecidos. Não é facilitar, tampouco dar um “jeitinho”. Queremos descomplicar o mundo dos ditos racionais. Friamente pensando, é a busca do mais óbvio.


Então que seja sempre assim: meu mundo, seu mundo, nosso mundo.