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Não foram minhas palavras, tampouco minhas atitudes. Já existia uma pré-disposição para cancelar a próxima sessão, mas quem já assistiu várias outras da primeira poltrona sempre tem uma visão privilegiada das coisas.
Estou sempre observando. Quando estou calado, é porque examino friamente o que está ao meu redor. Ouço cada palavra dita, meço cada gesto, acompanho cada olhar, só não consigo ouvir pensamentos. Sou ator e expectador. Analisar e tentar decifrar pessoas são o meu passatempo. Guardo sempre comigo os resultados.
Sempre tem os escolhidos para papel principal e de coadjuvante. Às vezes paira a dúvida. Indecisão gera insegurança, causa desconforto e em muitos casos quebra a confiança. Não entro em briga por um lugar na cena principal. Não luto para ser premiado com um Oscar. É contra as regras, minhas no caso.
Na verdade isso não é um filme, onde a cena pode ser gravada quantas vezes forem necessárias até que os atores acertem suas falas ou que o roteiro seja seguido religiosamente. Não dependo de uma claquete para dar início ou finalizar o que pretendo dizer.
Todos somos atores principais de nossas vidas, nunca aceitaremos ser o coadjuvante. Temos um roteiro pronto, por isso a dificuldade com as adaptações. O filme pode virar uma série com vários capítulos, mas nunca chegará a ser uma trilogia.
Quando a cena começa errada, a probabilidade de acabar certa é mínima. Foi assim. Não tenho tempo para um ensaio, tampouco uma recapitulação. Saiu um monólogo de onde era para se ver um diálogo. Veja o trailer e escolha o que mais combina com você.
O que se viu foi mais um curta-metragem em minha vida.
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